A oratória, ramo da argumentação, é a “arte de discursar em público”. No Sermão da Sexagésima, o P.António Vieira expôs o método da sua oratória:
1. definir a matéria; 2. reparti-la; 3. confirmá-la com a Sagrada Escritura; 4. confirmá-la com a razão; 5. ampliá-la, dando exemplos e respondendo às objecções; 6. tirar uma conclusão e exortar. Podemos, pois, dizer que as partes constitutivas do método de pregar do P. António Vieira são: o tema (em latim), a proposição, a divisão, a prova ou confirmação com textos da Sagrada Escritura, ou seja, o “conceito predicável”, a ampliação com recurso a lugares comuns, a confutação e a peroração, momento onde se deveria colocar a conclusão e a insistência na persuasão. Trata-se, assim, de um discurso muito lógico e rigorosamente articulado.
A oratória agrupa os autores que se empenharam, pela eficácia da palavra, em persuadir os outros da justiça e da verdade das suas causas. Há várias espécies de oratória. Será forense ou jurídica, se trata de defender os direitos civis dos cidadãos; política, se incide sobre as deliberações referentes ao bem comum das sociedades; académica, se versa temas culturais; sagrada, se o orador fala em nome de Deus e proclama uma mensagem ligada aos valores divinos.
Poderíamos dividir a oratória, de uma forma mais simplista, em dois conjuntos: a oratória profana e a oratória sacra. Na primeira tornaram-se famosos Cícero, em Roma e Garrett, em Portugal (1799-1854).
Na segunda metade do séc. XVI e na primeira metade do séc. XVII, a música tornou-se muito importante no acompanhamento da mensagem sagrada. No séc. XVIII, a oratória musical fixou-se entre as grandes formas da história da música. São bem conhecidas as obras geniais de J. S. Bach (1685-1750), Haendel (1685-1759), Haydn (1732-1809) e Mozart (1765-1791).
2010-10-04
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